Gosto de vez em quando de brincar com as palavras. Por este motivo, acabo de fazer o que chamo de "jogo de palavras" e não de poesia, pois eu nunca rimo nada. Sou péssima para fazer rimas. Apenas me veio a inspiração e como este espaço tem como objetivo a liberdade de expressão, segue a minha tênue audácia textual:
Dois mundos, dois lados...
Da maturidade, o delírio
a vontade certeira do convívio
dois mundos, dois lados
e o imensurável abismo,
o fundo
O olhar que se despe,
a fantasia que se reveste no formal, no ético
desço, desço, me rebaixo, me entrego
teu cheiro, teu gosto, mas só tenho desprezo
Cresço, cresço
tenho que crescer
mas se crescer é esquecer, menina ei de ser
Anos, anos e à margem do abismo
o reecontro
danos,prantos e em tua pele
as marcas do tempo, não conseguem
escurecer o brilho do teu olhar.
Ah! o teu olhar
que nega incansavelmente o que tuas palavras dizem
prantos, danos
e o infinito desejo da loucura que invade
e arrasa a pele, levemente rubra.
Rubra sim, rubra
da timidez, do pecado, da fúria ardente
que queima, como arde
anos e anos
que passam, passam
Como a brisa fria das lindas noites de inverno
e que no adormecer refletido nos sonhos
entra em erupção o vulcão do desejo,
agora livre...
finalmente livre, que busca o ápice,
o gozo, o murmúrio, os gemidos
Solidão, que solidão
das lindas noites de inverno
apenas a brisa fria, a realidade
era apenas um sonho, um lindo sonho
Agora, da maturidade: a tristeza
da vontade certeira: a angústia da distância que nos une
Dois mundos, dois lados
e o imensurável abismo,
o fundo.
Autora: Glauciane Carvalho
Postado originalmente em: http://glaucianecarvalho.blogspot.com/
Humberto, obrigada por compartilhar um poema simplesmente maravilhoso.
ResponderExcluirGlauciane, parabéns por este toque profundo.
Adorei.
Bjos
Luka