quarta-feira, 28 de abril de 2010

O soneto CXXX de Shakespeare.

Não tem olhos solares meu amor;
Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor;
E a cabeleira ao arame é igual.

Vermelha e branca é a rosa adamascada
Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.

Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslisando
Mas minha amada caminha no chão.

Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.

Poemas de amor (tradução de Barbara Heliodora)

(Lí este poema pela primeira vez quando estava com quinze ou dezesseis anos e estava procurando um poema para dar para a minha primeira namorada. É claro que não foi este o poema dado, mas por seu realismo eu achei, e ainda acho,  fantástico. Somente quem acorda todos os dias ao lado da pessoa amada sabe como as vezes é difícil …)